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Publicado quinta-feira, julho 14, 2005 por Unknown às 02:10 *
Marinha Grande . Dezembro . 1980
Não é que ser possível ser feliz acabe,
quando se aprende a sê-lo com bem pouco.
Ou que não mais saibamos repetir o gesto
que mais prazer nos dá, ou que daria
a outrem um prazer irresistível. Não:
o tempo nos afina e nos apura:
faríamos o gesto com infinda ciência.
Não é que passem as pessoas, quando
o nosso pouco é feito da passagem delas.
Nem é também que ao jovem seja dado
o que a mais velhos se recusa. Não.
É que os lugares acabam. Ou ainda antes
de serem destruídos, as pessoas somem,
e não mais voltam onde parecia
que elas ou outras voltariam sempre
por toda a eternidade. Mas não voltam,
desviadas por razões ou por razão nenhuma.
É que as maneiras, modos, circunstâncias
mudam. Desertas ficam praias que brilhavam
não de água ou sol mas solta juventude.
As ruas rasgam casas onde leitos
já frios e lavados não rangiam mais.
E portas encostadas só se abrem sobre
a treva que nenhuma sombra aquece.
O modo como tínhamos ou víamos,
em que com tempo o gesto sempre o mesmo
faríamos com ciência refinada e sábia
(o mesmo gesto que seria útil,
se o modo e a circunstância persistissem),
tornou-se sem sentido e sem lugar.
Os outros passam, tocam-se, separam-se,
exactamente como dantes. Mas
aonde e como? Aonde e como? Quando?
Em que praias, que ruas, casas, e quais leitos,
a que horas do dia ou da noite, não sei.
Apenas sei que as circunstâncias mudam
e que os lugares acabam. E que a gente
não volta ou não repete, e sem razão, o que
só por acaso era a razão dos outros.
Se do que vi ou tive uma saudade sinto,
feita de raiva e do vazio gélido,
não é saudade, não. Mas muito apenas
o horror de não saber como se sabe agora
o mesmo que aprendi. E a solidão
de tudo ser igual doutra maneira.
E o medo de que a vida seja isto:
um hábito quebrado que se não reata,
senão noutros lugares que não conheço.
Jorge de Sena
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Publicado terça-feira, julho 12, 2005 por Unknown às 22:37 *
ok.. ninguém me paga nada por eu andar a fazer publicidade a isto, mas vejam só o que a Apple e a Motorola andam a tramar para breve... Esta empresa fez um protótipo do que poderá vir a ser um telemóvel com a linha da Apple...
ainda há 20 minutos estava a falar mal da quantidade de telemóveis que temos em Portugal e já tou a fazer publicidade a um deles... ai ai.... mas realmente não dá para passar sem mostrar:
IPOD + telemovel :D era maravilhoso!!!
e eu não sou uma Applemaníaca! (ainda)
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Publicado segunda-feira, julho 04, 2005 por Unknown às 21:29 *
in jornal Público :
Ontem, no discurso de encerramento da iniciativa "48 horas a bailar", e ao falar sobre a concorrência de países de fora da Europa e do leste europeu, Alberto João Jardim disse que não quer chineses a fazer negócios na região autónoma da Madeira."Portugal já está sujeito à concorrência de países fora da Europa, os chineses estão a entrar por aí dentro, os indianos a entrar por aí dentro e os países de leste a fazer concorrência a Portugal...", afirmou o presidente do Governo Regional da Madeira. Confrontado com um sinal de uma pessoa entre a assistência, o líder madeirense respondeu: "Está-me a fazer um sinal porquê? Estão aí uns chineses? É mesmo bom para eles ouvirem porque eu não os quero aqui"
Foto de Álvaro Isidoro . 2002
Será que serviu de alguma coisa o 25 de Abril??? ou será que não chegou à Madeira?
será que este senhor que é licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra não terá aprendido que é existe uma coisa chamada Constituição que define vários princípios fundamentais da República Portuguesa... entre os quais, um em especial sobre a IGUALDADE!
Será que ele sabe o que quer dizer igualdade? Será que ele sabe que há portugueses que foram ganhar a vida para fora de Portugal?
Tenho vergonha de ser do mesmo País deste senhor...
Tenha vergonha, Sr. Presidente do Governo Regional da Madeira!!!!!