casa . novembro . 2004
Acho que nunca recebi flores... deve ser por isso que gosto tanto de as oferecer.
E de as comprar. Não tanto como gostaria... mas não nem sempre "há tempo" para tamanho luxo.
Gosto das cores.
Do cheiro.
Da sua presença.
Da energia que transmitem.
De há uns anos para cá, encontrei nas flores uma forma de transmitir o meu estado de espirito. Estas foram das flores mais vivas que já ti. Vivas, pelas cores e pelo tempo que ficaram comigo.
Foto: Prakash Hatvalne
Após aturada reflexão...aí está: Benfica campeão. Sporting perde final da taça UEFA contra o CSKA. FC Porto fica em segundo lugar no campeonato. Trabalhadores do Comercio reunem-se de novo e gravam disco de retumbante sucesso.O concerto dos Duran Duran vai ser grandioso porque emotivo, mas o som vai estar foleiro.E finalmente: antes do fim do ano exibirei uma elegancia invejavel e discretamente musculada e desistirei da alimentação duvidosa. A sério. Acabaram-se as gomas.
Jardim das Amoreiras . 26 Abril . 2005
Agora, a Avó, está a olhar para mim. Ups!!!! Fui apanhada?!! :S Gostava de ter aqui a máquina e ter coragem para a fotografar e conseguir transmitir aquilo que vejo.
A Avó ralha à sua neta... bela imagem, esta também!!!! Faz parte… deve estar a fazer qualquer coisa de errado na receita dos bolos de areia;)
Faz-me lembrar coisas minhas. Eu também ia para o parque depois do colégio com a minha avó… e ela ficava sentada no banco, a ver-me esfolar o joelhos… e cansar-me, mesmo depois de um dia de escola. Ou então, como diz a minha mãe, gostava de ficar no meu quarto comigo e deixar-me desarrumar tudo e poder fazer todas as brincadeiras que me davam na cabeça na altura. Ela ria-se enquanto fazia palavras cruzadas ou ouvi o terço, sempre sagrado, às 6 da tarde.
A menina deve ser feliz. Pelo menos parece. Tem um sorriso de quem precisa destas horas do dia, para que seja um dia bom.
De repente como todas as raparigas, mesmo quando têm 4 anos, são muito autónomas... Pegou no balde e nas formas e encaminhou-se para a saída do parque. Abriu a porta, e saiu…. Olhou para trás como quem diz: “Vou-me embora! Já não quero estar mais aqui…” e começou a andar… Passou por mim e olhou-me de passagem… depois olhou para trás, como quem dizia: “Vá venha Avó… vamos embora.”
A Avó… que se vai desequilibrando, lá se levantou do escorrega e começou a sair… enquanto a chamava…. Entretanto sentou-se no banco, já no jardim - pertinho de mim - para tirar a areia dos chinelos… aqueles chinelos de avós… (a minha tinha uns iguais). E a neta lá se acabou por render...
Autonomia não é independência…. Principalmente aos 4 anos. Lá voltou para trás e sentou-se ao lado da Avó… a descansar do curto rasgo de independência e de estar feliz...
juromenha . janeiro . 2003