Primeiro estranha-se...


... depois entranha-se!



Olga Cadaval . 11 Novembro. 2005

David Fonseca :: Our Hearts Will Beat As One :: who are you?


Foi isso que senti com a música de David Fonseca.
Confesso uma ideia construída por aquilo que me era dado ver: mais um artísta louco que estudava ao pormenor a imagem que queria passar de intelectual eclético que me irritava solenemente.

Confesso que a primeira vez que ouvi na rádio (em Agosto, acho) o single "Who Are U?" achei estranho até deprimente... não sei explicar. (Agora faz parte da minha playlist e não é porque me sinta deprimida, não!)

Fui das primeiras pessoas que tropeçou nos Silence4 e os dei a conhecer a alguns amigos. Na altura um projecto inovador, diferente e que se colava aos ouvidos.
Mas depois, quando apareceu a solo pensei: "mais do mesmo!" e sinceramente para mim aquilo era a continuação de Silence 4 (sem os arranjos do rui costa).

E a ideia instalou-se.

No concerto dos Humanos, foi a primeira vez que a ideia se desfez. Gostei muito de ouvir cantar em português e da presença em palco. E foi também a primeira vez que não o associei aos Silence4. Gostei bastante.

Agora o novo disco e a apresentação ao vivo que tive a sorte de poder ir fotografar... e uma nova ideia se formou. Uma boa surpresa!




Olga Cadaval . 11 Novembro. 2005


Gostei muito do espectáculo. Da forma simples e calma como o soube levar. Do sangue frio para saber contornar acontecimentos menos felizes que acontecem em países de terceiro mundo, onde a educação não faz parte das prioridades dos cidadãos.

Dos cenários.
Dos pormenores da iluminação.
Da Relva.

Em nenhum momento me lembrei que ele já pertenceu aos Silence4 (não é que isso tivesse algum problema, mas pela identidade então construída) nem mesmo quando cantou 2 músicas deles.


Olga Cadaval . 11 Novembro. 2005


Pelo que vejo é um dos artistas portugueses em que o marketing e a promoção do artista é mais bem feito por parte da editora, talvez a par dos THE GIFT que são reis nessa matéria. Pensa em tudo.

É certo que não percebo nada de música para além de gostar ou não dela, e de ela me conseguir transmitir alguma emoção. É assim que sempre entendi a música. E no momento em que encontramos uma emoção numa qualquer canção, ela faz parte de nós. E pronto.

Uma coisa não mudou na minha opinião desde o principio: A enorme capacidade criativa e de surpreender que David Fonseca tem. É impossível não a reconhecer. Eu admiro-a, para além de gostar do que vejo.

Das ideias.
Das imagens.
Das associações entre as ideias e as imagens.



Olga Cadaval . 11 Novembro. 2005

Goste-se ou não, uma coisa é certa: Ele é um artista!
www.davidfonseca.com



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